domingo, 28 de janeiro de 2007

Sábado em casa

O final de semana foi de descanso. Não tivemos vontade de sair de casa. Mesmo com o convite da Prima Fá para nos encontrarmos na noite do sábado, eu e marido resolvemos ficar quietinhos curtindo o aconchego do lar. Então rolou o programinha típico: filminho no DVD, acompanhado da mais autêntica comfort food. Como havia uma sobra de arroz arbóreo na despensa, conta exata para duas pessoas, fomos de risoto. Eu já fiz risoto várias vezes aqui em casa, mas o resultado nem sempre foi garantido. Às vezes ficava bom, às vezes empapava. Recentemente uma amiga me chamou para fazer um curso de risotos e eu acabei aceitando o convite. Foi excelente: as dicas que a Catarina Melo dá garantem um preparo sem erro e sem stress. Ela ensina a fazer 5 tipos, mas como esse prato permite inúmeras variações, o que fiz foi um pouco diferente. Vou passar algumas dicas:


Risoto de Presunto Parma, Parmesão e Champignons

A primeira dica é preparar os ingredientes que vão ser adicionados ao arroz antes. Eu separei 100 g de parmesão ralado em lascas, na hora, piquei em tiras 10 fatias de presunto parma e abri 1 vidrinho de champignons, jogando o líquido fora. Reservei. Se você for usar algo que precisar de preparo, faça isso antes: cozinhe o camarão, afervente aspargos, frite a calabresa.
Para iniciar o risoto, esquentei 1 colher de sopa de manteiga e 1 colher de sopa de azeite e fritei um pouco de cebola bem picadinha. Joguei o arroz e refoguei por 1 minuto. Acrescentei 1/2 xícara de vinho branco e cozinhei até evaporar. Depois, abaixei o fogo e fui acrescentando caldo de carne, pré-preparado, mas ainda quentinho (fiz 1 1/2 litro, por via das dúvidas, não usei tudo). A dica aqui é ir acrescentando caldo aos poucos, bem devagar, e ir mexendo sempre. Só acrescente caldo quando você não estiver mais conseguindo pegar com uma escumadeira o líquido que fica por cima do arroz .
Outra dica essencial: respeite o tempo de cozimento que está escrito na embalagem. Esse arroz que usei tinha tempo de cozimento de 16 a 18 minutos. Fui cozinhando o arroz no caldo até os 15 minutos (contados no timer). No final desse tempo, não pode haver líquido demais, o risoto tem que estar quase no ponto. Nos três minutos finais acrescentei os demais ingredientes e misturei bem. Polvilhei um pouquinho de pimenta-do-reino moída na hora. Há quem diga para acrescentar 1 colher de manteiga para finalizar, mas eu não usei por causa do colesterol e das calorias a mais. Não senti falta, o prato ficou molhadinho, cremoso e brilhante.
Nesse caso, não precisei acrescentar sal, porque os ingredientes já tinham bastante. Se você precisar fazer isso, deixe sempre para o final.

Acrescento aí o link do site da Catarina, que é uma graça de professora e que me ajudou a perder o medo de preparar risotos para convidados. Acho as aulas que ela oferece um pouco básicas, mas não custam caro. Para mim, valeu a pena. A próxima que farei é a de paella.


Quanto ao filme escolhido: A Cidade Perdida, produção de 2006, direção do Andy Garcia. O personagem principal é o próprio Andy, que faz o papel de Fico, o dono de uma casa de shows em Cuba. O filme se passa às vésperas da revolução cubana e mostra a transformação da vida de Fico e de sua família com a mudança do governo. A produção é impecável, imagens e figurinos lindíssimos. Tão bonito que o filme fica até com uma cara de plastificado, irreal. Ocorre um romance no meio, que eu achei meio esquisito, confunde um pouco o foco principal. Mas o melhor de tudo mesmo é o charme de Andy, que nunca perde aquela cara de mafioso poderoso e gostosão. Funciona para diversão de final de semana.

Bem, agora é encarar a segunda-feira e esperar a próxima folga. Desejo uma boa semana a todos!

sexta-feira, 26 de janeiro de 2007

Motivos do Sumiço

Pessoal,
É bem verdade que estou deveras sumida deste ambiente virtual. Eu sei, eu sei que não deveria, estou sentindo saudades, mas tenho bons motivos para me justificar. São eles, em ordem de maior influência :
1- Tenho trabalhado muito mesmo. Agenda cheia, casos difíceis... Tenho chegado em casa exausta, com força apenas para pegar o telefone e ligar para uma tele-entrega...
2- Meus exames periódicos mostraram colesterol alto. Nada tão grave, mas dá para preocupar, tendo em vista que completei apenas 31 primaveras... Por isso, toda receita que me cai nas mãos é avaliada e, se levar muita gema, creme de leite, sorvete, manteiga, é colocada no arquivo inativo. Tenho a impressão que tudo o que eu gosto é feito com esses ingredientes e não tenho tido vontade para cozinhar nada.
3- Estou na fase "coleta de informações", que sempre precede a parte prática das minhas experiências na cozinha. Comprei o livro Forever Summer da Nigella, empolgada que estava com os programas que estão sendo exibidos ao meio-dia dos sábados, no canal GNT. Algumas receitas são boas, outras nem tanto. Ando ainda muito ocupada pregando os post-it nas melhores. As receitas de sobremesas são de babar, mas tudo leva creme...
4- Somente hoje acabei de ler o livro O Caçador de Pipas. Eu sei que a dica é manjada, mas se você não leu, vale mesmo a pena. Fiquei tão magnetizada com o texto que mal pude pensar em outras diversões...

Pretendo voltar à cozinha nesse final de semana. Se algo der certo, mostrarei aqui. Abraços e bom descanso a todos!

livros de cabeceira da semana


sexta-feira, 19 de janeiro de 2007

Jantarzinho Árabe Light


O jantar de hoje, sexta-feira de muito trabalho e calor, tinha que ser prático, fácil de fazer e usar as coxas e sobrecoxas desossadas que eu comprei ontem no mercado. Além disso, tinha que ser light, pois decidi tentar cortar calorias da minha dieta. O cardápio escolhido saiu de novo de um programa de culinária da Nigella Lawson que eu vi recentemente, de inspiração árabe total: Salada Fatouch e Frango Temperado com Zátar.

Para o frango, nenhum mistério: peguei 3 coxas e sobrecoxas emendadas e já desossadas, temperei com azeite, sal e zatar, esquentei o forno em temperatura média e assei por 30 a 40 minutos. Enquanto esperava que ficasse pronto, fiz a salada.

Salada Fatouch

Pique 3 tomates descascados em quadradinhos e 1 pepino japonês em pedaços bem pequenos. Junte um bom punhado de hortelã picada, salsa e cebolinha. Tempere com sal, zátar, 1 ou 2 dentes de alhos picadinhos ou passados no espremedor de alho e o suco de 1 limão.
Na hora de servir, esmigalhe pão sírio torrado no forno (torre no forno em que está assando o frango) e jogue em cima da salada para dar o crocante. Sirva logo em seguida por cima de uma caminha de alfaces.


Comentários:

Para quem não sabe, a Fatouch é uma comida árabe muito tradicional, presente em muitos restaurantes do gênero. Já vi algumas variações dessa salada. Uma receita, da revista Cláudia Cozinha, levava alface picada, rabanetes semidescascados, cebola e pimentão verde, além dos demais ingredientes. Em outra receita, entrava como tempero a pimenta síria.

O zátar é uma mistura de especiarias secas à venda em supermercados: leva em sua composição sementes de gergelim, sumac e tomilho.

Dúvidas quanto a quantidades? Sugiro 4 colheres de sopa de salsa, 4 colheres (sopa) de hortelã picada, 2 cebolinhas picadas, 2 ou 3 pães sírios para torrar. Para temperar o frango, 1 colher de chá de zatar e outra colher de chá do tempero para a salada. Já o sal... para mim é um mistério. Às vezes acerto, por mero acaso. A salada ficou boa, mas o frango necessitou de suplementação posterior no prato ;-( .

Acho que é uma opção de jantar bem balanceada para quem não quer ganhar peso: tem proteínas, pouco carboidratos, bastante fibra, pouca gordura. O sabor é bom. Não sou muito chegada no pepino, mas seu gosto quase não pode ser identificado quando todos os ingredientes e temperos são misturados. Além disso, consegui usar alguns dos tomates daqueles "quase-perdendo". O restante vai virar molho amanhã! Beijos e bom final de semana a todos!

terça-feira, 16 de janeiro de 2007

Procuram-se receitas


Vocês já viram aqueles programas da Nigella em que ela ataca as sobras de comida durante a noite? Pois é, aqui em casa ocorre outra coisa: às vezes vou procurar o que comer lá pelas tantas da madrugada e o que encontro, em geral, é uma geladeira cheia de ingredientes esperando a vez de serem usados. Momento esse que nem sempre chega, o que me obriga, com frequência, a jogar muitos alimentos passados na lata de lixo. Detesto fazer isso e me sinto muito mal, bate aquela velha consciência pesada por desperdiçar comida num país em que há tanta pobreza. Então, continuando aquele movimento lançado há alguns dias, nesse momento batizado de "Reciclagem contra o desperdício", quero pedir às caras leitoras que me ajudem a aproveitar produtos que estão lá na geladeira em seu último fôlego, enviando sugestões e receitas em que possa utilizá-los. Vamos à lista:

- 6 gemas de ovos já separadas
- 4 potinhos de iogurte natural desnatado
- Restos de vários tipos de queijinhos, que compreendem uns 150 g de mussarela de búfala em formato palito, uns 250g de ricota, duas colheres de sopa de cottage, alguns pedaços de provolone, prato e um restinho de ementhal.
- Mais de meio pote de geléia de pêssego
- Meio pote de mostarda Dijon em grãos
- Cerca de 200 g de doce de leite
- Meio pote pequeno de maionese light
- 8 tomates quase perdendo
Peço sugestões de comidas práticas e rápidas, que não usem peixes em geral como um dos ingredientes e que não sejam excessivamente calóricas. Agradeço antecipadamente e prometo postar os pratos sugeridos feitinhos com muito amor e carinho. Também prometo continuar o movimento contra o desperdício e a favor da criatividade culinária. Beijos a todos.

segunda-feira, 15 de janeiro de 2007

Nem tão difícil assim...

Domingo é dia de almoço caprichado na casa da mãe. Ontem, como seria o primeiro domingo do ano em que a família se reuniria, resolvi levar uma sobremesa especial. Há poucos dias tinha visto a receita de uma Pavlova de Chocolate num programa da Nigella Lawson, achado maravilhosa e anotado tudo. Foi essa mesmo que coloquei em prática.
Sempre tive receio de fazer Pavlova, embora a achasse linda. O ponto do suspiro, a temperatura correta do forno, tudo me parecia muito difícil. Mas, aproveitando a empolgação de início de ano, tomei coragem e pus mãos à obra. Foi bastante difícil conseguir uma fruta para colocar em cima - aqui não é mais tempo de morangos, e os únicos que consegui achar estavam verdes e xoxos. Frutas vermelhas, nem sonhando. Virei Brasília do avesso e não consegui achar nada, nem daquelas em conserva. Como último recurso, comprei 2 vidros de cerejas ao Maraschino e ia utilizá-los, quando por acaso encontrei um saquinho de cerejas frescas na prateleira de um hipermercado. Nunca vi Pavlova com cerejas frescas, mas resolvi arriscar.

A receita segue abaixo, tal qual foi narrada no programa de TV. Depois, vi que essa receita já foi postada no Trem Bom, há algum tempo, extraída do livro de receitas da Nigella, Forever Summer.

foto: Google Images

PAVLOVA DE CHOCOLATE
Bata 6 claras de ovos na batedeira, acrescentando aos poucos 300 g de açúcar, até obter uma mistura lisa e brilhante. Não precisa chegar ao ponto de neve.
Depois, misture 3 colheres (sopa) de cacau em pó, 1 colher (chá) de vinagre balsâmico e 50 g de chocolate meio amargo picado. Mexa com cuidado para misturar os ingredientes sem desfazer as claras batidas.
Forre uma assadeira redonda com papel manteiga e despeje essa mistura às colheradas. Aplaine um pouco a superfície com uma espátula ou com as costas de uma colher.
Pré-aqueça o forno a 180º. Coloque a assadeira, deixe alguns minutos (eu deixei 10) e abaixe o forno para 150º. Não abra a porta do forno enquanto estiver assando. Leva ao todo cerca de 1h10 para que fique pronta.
Enquanto o suspiro assa, bata 500 ml de creme de leite fresco em chantilly, acrescentando açúcar. Como eu prefiro o chantilly menos doce, costumo usar 2 colheres (sopa) de açúcar para meio litro de creme. Deixe na geladeira enquanto aguarda a base ficar pronta.
Quando retirar o suspiro do forno, deixe esfriar, espalhe o chantilly por cima e, sobre ele, distribua as frutas. Se quiser, salpique por cima chocolate ralado ou açúcar de confeiteiro.


Achei que o resultado ficou bom com as cerejas. A base amarronzada de chocolate combinou com a cor bordô das frutinhas. O gosto também me agradou: a massa fica bem leve e a mistura equilibra o azedinho da fruta.

Da próxima vez, o que mudarei:
1- Colocarei um pouco menos de açúcar ao bater as claras. Vou tentar com 250g para 6 claras.
2- Tive o maior problema com o tipo e tamanho da forma. Usei uma redonda de 25 cm de diâmetro, com uns 3 cm de altura. Esse diâmetro foi indicado pela Valentina do Trem Bom, mas ela não mencionou nada sobre a altura da forma. Não sei se meus ovos eram muito grandes ou se houve algum outro problema, mas meu suspiro cresceu muito, transbordou, respingou no fundo do fogão, deixando aquele cheiro de fumaça na casa inteira. Essa perda de massa também provocou um buraco numa das laterais da minha torta. Desenformar foi tarefa impossível: como havia deixado umas orelhinhas de papel manteiga saindo para fora da forma, tentei puxar o suspiro para cima. Não dá certo, ele se espatifa inteirinho. Até consegui tirá-lo dali de dentro, mas o resultado estético não foi dos melhores. Agora, retirar o papel manteiga de debaixo do suspiro... isso eu desafio qualquer um a fazer! Foi com papel e tudo para o prato de bolo. Os pedaços que caíram eu colei com o chantilly nas beiradas destruídas, só para tentar disfarçar um pouco. Vou tentar encontrar uma daquelas formas sem laterais, grande, e colocar a mistura bem no centro, deixando espaço nas laterais para ver se assim dá certo.

Infelizmente, na pressa de transportar a sobremesa, me esqueci da "foto para o blog". Fiquei chateada, mas o marido me convenceu a tirar a foto quando eu fizesse a Pavlova pela segunda vez - talvez ela saia mais bonitinha... Vou fazer de novo, mas preciso esperar uns 6 meses para repetir. Acho que deve ter umas 1000 calorias por fatia, e eu... confesso... comi bem mais de uma!!!

sábado, 13 de janeiro de 2007

O legal é reciclar!

Bem, amigos, vocês podem sentir que não fiquei muito satisfeita com o quibe assado do último post. Sabem o que fiz com ele? Reciclei!
Estava morrendo de pena de perder aquele quibe, que já estava há mais de um dia ressecando na geladeira. Também tinha um caldo de carne que sobrou do cozimento do lagarto de domingo. Detesto deixar os alimentos perderem, mas isso invarialvelmente acontece aqui em casa, desde a época em que era estudante, em Campinas. Somos somente eu e o marido, e nós saímos muito para comer fora com amigos. De uns tempos para cá me propus a não deixar que o desperdício ocorresse com tanta frequência. Ontem, folheando uns livros de receita, por sorte encontrei a receita de Caril de Quibe numa edição da Cláudia Cozinha Especial - Só Carnes. A receita é muito prática e eu fiz em alguns minutos, enquanto o marido fazia o trajeto trabalho-casa. Parece que ele gostou bastante. Eu, que adoro um gostinho suave de curry, achei que o prato bateu de 10 a 0 no quibe sem graça! Vale a pena registrar para ajudar alguma amiga que venha a ter o mesmo problema que eu:


Caril de Quibe
(retirado de Cláudia Cozinha Especial - Só Carnes)

Esquente o quibe (ou asse um novinho).
Numa panela, aqueça 2 colheres de sopa de óleo e doure quatro dentes de alho picadinhos até que eles dourem. Acrescente 3 batatas médias, 2 cenouras, 5 quiabos , 3 talos de salsão, todos cortados em pedaços e 3 xícaras de caldo de carne (eu não usei quiabos porque não tinha em casa). Deixe os legumes cozinharem até ficarem macios. Separe o caldo que sobrou e os legumes em vasilhas diferentes.
Em uma panela grande, derreta uma colher (sopa) de manteiga e acrescente 1 colher (sopa) de farinha de trigo. Frite até dourar. Junte o caldo reservado, peneirado, 1/2 colher (sopa) de curry e 7 damascos picados em tirinhas. Misture bem e cozinhe até engrossar um pouco.
Adicione os legumes cozidos a essa última panela e cozinhe um pouquinho, só para esquentá-los. Corte o quibe em pedaços .
Em uma travessa ou tigela, coloque os legumes e o caldo e por cima, os pedaços de quibe. Misture com cuidado para não despedaçar e sirva.

sexta-feira, 12 de janeiro de 2007

Nem só de glórias vive uma cozinheira.

Para acompanhar o dip de hortelã que sobrou do domingo, resolvi fazer um quibe assado. A idéia era fazer um prato com pouca gordura, para comer acompanhado apenas de salada. Fiz a receita que peguei do livro Dona Benta:

QUIBE ASSADO
Misture 1/2 kg de carne moída com 1/2 cebola picada, hortelã, sal e tempero sírio.
Depois, acrescente 1 xícara de trigo previamente hidratado e misture bem.
Unte uma assadeira ou tigela com manteiga e espalhe a mistura. Aplaine a superfície e faça losangos com a ponta de uma faca.
Leve ao forno médio e asse pos cerca de 30 a 40 minutos. Decore com hortelã.

Preparei o quibe conforme a receita, mas como não tinha tempero sírio, usei uma pitada de canela em pó, 1/2 colher de chá de zahtar e uma salpicada de pimenta-do-reino moída. Por cima, antes de assar, espalhei um pouco de azeite. Meu resultado foi apenas razoável: achei o quibe meio sem graça, faltando algum tempero, meio branco por dentro. Lembrei-me que minha mãe costumava fazer quibe antigamente, mas sua receita era diferente. Acho que colocava um ovo dentro da massa, para dar liga. Não sei se levava manteiga... Procurei outra receita nos livros, mas na revista Cláudia a receita publicada é muito semelhante a essa daí de cima. Se alguém souber, diga-me o que ficou faltando para dar sabor. Como vocês fazem? Será que existe outro jeito mais saboroso de fazer quibe?
Abraços a todos...

quinta-feira, 11 de janeiro de 2007

Lembranças das Férias

Estou trabalhando há 10 dias e já sinto cansaço. Tudo bem, a rotina tem sido pesada, agenda cheia, muita coisa para colocar em ordem. Também ocorreu que fiz serão na cozinha no último final de semana e não deu para descansar. Por causa disso, vou fazer um pequeno briefing e colocar aqui algumas fotos das curtas férias que tivemos na cidade do marido, São Luís do Maranhão. Passeamos bastante, fomos novamente aos Lençóis Maranhenses e comemos muito - comidas de praia, comidas típicas do Nordeste e muita pizza da pizzaria do sogro (que é muito boa, por sinal). A cidade de São Luís tem lugares graciosos e um povo muito hospitaleiro. No quesito comida, os pratos costumam ser simples e honestos, em geral bem servidos em qualquer lugar que se vá. O melhor reside na culinária típica nordestina: a tapioca de lá é muito fina, quase translúcida, diferente da que comemos na feira e nas tapiocarias de Brasília. Servida enroladinha com manteiga, é chamada de Beiju. É item permanente no café da manhã da casa da minha sogra. Há muita abundância também de castanha-de-caju e sorvetes de frutas típicas. Um dos pratos que mais aprecio e que sempre como na cidade é o escondidinho de carne seca, chamado Baronesa de Carne de Sol num dos restaurantes que costumamos frequentar. Outro prato bem característico e famoso no Maranhão é o Arroz de Cuxá, que é um arroz misturado com um molho verde-escuro que leva a folha da vinagreira, gergelim e camarões no seu fabrico. Por tudo isso, recomendo uma visita!

Lagoa Bonita - Lençóis

Baronesa de Carne de Sol

segunda-feira, 8 de janeiro de 2007

Animaizinhos mortos pela casa

Ontem eu vi no Chucrute com Salsicha a foto de uma almofada simpática que a Fer Guimarães Rosa colocou sobre a cadeira de seu gato. Detalhe: a almofada tem o formato de um ratinho morto! Fofa. Eu também gosto dessas bobeiras, coisinhas divertidas que acrescentam uma pitada de bom-humor ao nosso dia-a-dia. Por isso resolvi postar aqui o meu animalzinho de estimação morto preferido: a Etelvina, que nada mais é que um puxa-sacos. Ela fica dependurada na maçaneta interna da minha cozinha, já que eu tenho aversão a bater pregos em azulejos e paredes em geral. Sua fabricação é argentina e ela vem numa caixinha legal, com as perninhas para fora. Comprei na 62 graus, lojinha simpática e natureba que fica em SP, na Praça do Omaguás, ao lado da FNAC Pinheiros.

O lanche do domingo

Bolei o lanche pensando em alimentar de 7 a 8 pessoas. Queria fazer alguma coisa diferente, que fugisse do convencional. Também tinha que ser algo prático, para que as pessoas se servissem ao modo americano e, principalmente, que eu pudesse fazer com antecedência, para não ficar maluca na hora de receber os convidados. Decidi começar com um refresco (a limonada da Cris), seguido de uma sopa fria servida em tigelinhas individuais. Depois, sobre a mesa, alguns tipos de pães, tomates secos e berinjelas em conserva, mussarela de búfala picadinha, 2 pastas (1 dip e um patê). Como pratos principais, também colocados sobre a mesa, um lagarto fatiado frio com um molho diferente e uma salada de frango, pepino, maçã e castanha de caju. A receita desses 2 pratos foi retirada do livro Cozinhando para Amigos, da Heloísa Bacellar (sócia do Atelier Gourmand), que é super interessante e traz muitas receitas pouco usuais, dispostas em forma de sugestões de cardápio. É a primeira vez que faço receitas desse livro, exatamente porque costumam ser mais elaboradas e exigem muitos ingredientes diferentes. Para terminar, um flan de doce de leite e o famoso brigadeiro de Ovomaltine do Rainhas do Lar, para comer de colher. Acho que vale a pena postar as fotos dos pratos com suas respectivas receitas. Parece que todo mundo gostou da reunião, os pratos foram bastante elogiados. Fica a dica para quem quiser fazer algo original e bem prático.

SOPA FRIA DE CENOURA E LARANJA
(Saiu na revista Cláudia desse mês. Vale mais por ser um prato diferente, não por ser propriamente uma iguaria. Esqueci de tirar a foto, tão feiosa ficou!)

Ingredientes:
1 cebola média picadinha
3 dentes de alho picadinhos
3 colheres de azeite
4 cenouras em pedaço
1 1/2 colher de sal
1 colher de sopa de gengibre ralado
1 xícara de suco de laranja
4 xícaras de água gelada
1/2 xícara de creme de leite fresco
1 colher de sopa de suco de limão

Refogue a cenoura numa panela junto com a cebola, o alho e o azeite. Quando a cenoura estiver al dente, bata no liquidificador com o suco de laranja, o gengibre e o sal. Depois junte a água gelada e misture. Divida em tigelinhas individuais e coloque na geladeira. Na hora de servir, coloque em cima de cada tigelinha uma colher de sopa do creme de leite previamente misturado com o suco de limão (um sour cream), decore com uma folhinha de hortelã e polvilhe pimenta do reino raladinha.

Dica: se bater a cenoura al dente, a sopa vai ficar meio grossinha, com uns carocinhos. Se a quiser mais lisinha, cozinhe mais o legume. Só coloque a colher do sour cream no instante de servir. Eu não fiz isso: o creme se espalhou por toda a superfície da tigela, a hortelã afundou, ficou uma gororoba só.



CARNE FATIADA COM MOLHINHO AGRIDOCE DE MOSTARDA E MEL


Ingredientes para a carne
1 lagarto de 1 kg
1 cubo de caldo de carne
1 bouquet-garni (ervas e temperos amarrados para serem jogados na panela do cozimento: usei 2 talos de salsão, bastante salsa, manjericão e um pouco de tomilho seco dentro do sanduíche de ervas)


Aqueça azeite numa panela grande e funda e doure bem o lagarto. Polvilhe sal, pimenta, acrescente água quente até cobrir a peça em cerca de 5 cm. Coloque aí o caldo de carne e as ervas amarradas. Cozinhe por 1 1/2 hora, até a carne ficar bem macia ( eu cozinhei 2 h). Depois que esfriar, corte em fatias bem finas.

Faça um molho usando 2 colheres de sopa bem cheias de mostarda Dijon com grãos, 2 colheres de sopa de mel, 2 dentes de alho assados ou aferventados, sem casca, 1/3 de xícara de vinagre de vinho tinto, 3/4 de xícara de azeite de oliva, sal e pimenta a gosto.

Numa travessa, monte camadas de carne regando com o molho, cubra e guarde na geladeira por pelo menos 2 horas ou por até 2 dias.

Dica: fica melhor se for feito com antecedência, para poder repousar um pouco no molho e pegar gosto. O cozimento do lagarto com o bouquet-garni forma um caldo de carne maravilhoso que pode ser usado em outros pratos ou congelado (eu dei dentadas no salsão do meu bouquet quando o retirei do cozimento, tão gostoso ele estava!)



SALADA DE FRANGO COM PEPINO, MAÇÃ, CASTANHA DE CAJU E MOLHINHO ADOCICADO



Prepare na véspera o pepino: Pegue 2 unidades de pepino japonês, descarte suas pontes e fatie bem fininho (eu usei o fatiador do ralo de inox). Coloque numa tigela com 2 colheres de chá de sal, cubra com água e leve à geladeira por pelo menos 3 h ou 1 noite. Escorra o pepino numa peneira, escalde com 1 l de água fervendo, escorra, seque e coloque num pote com tampa. Aqueça 1/2 xícara de vinagre branco, 1/4 de xícara de açúcar, 2 cravos-da-índia, 1 pedaço de canela em pau e 1/4 de colher de chá de pimenta-do-reino em grãos numa panelinha. Misture até dissolver, espere ferver e despeje sobre os pepinos. Tampe e guarde em geladeira

Para o frango: unte uma assadeira e coloque nela 3 peitos de frango polvilhados com sal e pimenta do reino e regados com azeite. Asse em forno médio-alto por cerca de 40 min, até que os peitos estejam macios e dourados. Depois que esfriar, retire pele e ossos e desfie em lascas não muito pequenas. Reserve.

Para o molhinho: pegue uma gema de ovo cozida dura (ovo cozido por 10 minutos após a fervura) e bata no liquidificador junto com 1 colher de sopa de mostarda Dijon, 1 colher de sopa de cebola picadinha, 1/2 colher de chá de alho picadinho, 2 colheres de sopa de shoyu, 1/4 de xícara de vinagre de vinho branco, 2 colheres de sopa de óleo de gergelim, 1 colher de sopa de mel, sal e pimenta. Junte 3/4 de xícara de óleo bem devagar até conseguir um molho cremoso. Adicione 1/2 xícara de folhas de salsinha picada, bata até ficar esverdeado. Acerte o sal e a pimenta e leve à geladeira por 24 h.

Algum tempo antes de servir misture o pepino bem escorrido, o molhinho, o frango, 3 maçãs vermelhas ácidas picadas em cubinhos e 1/2 xícara de castanha de caju grosseiramente picadas. Ajuste o sal e a pimenta. Mantenha em geladeira até a hora de servir.

Dica: Precisa fazer com antecedência. Eu não fiz e o pepininho não pegou o gosto das especiarias. Mesmo assim ficou muito gostosa. Fica bem molhadinha, boa para comer num prato acompanhada de pão italiano.


FLAN DE DOCE-DE-LEITE
(Receita da banqueteira Marcela Maragliano de SP - peguei numa aula de culinária)



Coloque numa tigela refratária 200g de doce-de-leite, 100g de manteiga e leve ao microondas para derreter (usei 3 min em potência 50%). Adicione 2 ovos inteiros mais 2 gemas, 60g de açúcar e 40g de farinha de trigo. Misture bem. Unte forminhas individuais com manteiga e encha metade ou 3/4 de cada uma com a mistura. Coloque as forminhas numa assadeira e asse por cerca de 8 minutos em forno a 180 graus. Sirva com um pouco de sorvete de creme em cima.

Dica: Pode fazer a receita que é gostosa mesmo. Eu, que não sou fã de doce-de-leite, gostei muito. A manteiga e os outros ingredientes suavizam o gosto concentrado do doce-de-leite e o sorvete de creme que fica por cima dá a graça final ao prato. Eu tive que assar uns 12 minutos. Não encha muito a tigelinha, ou você não vai conseguir acrescentar o sorvete. A consistência é cremosa, quase líquida no meio, uma crostinha meio talhada na periferia. Rápido, fácil, muito bom.


DIP DE DAMASCO COM HORTELÃ
(Receita da chef Carole Crema, que saiu num folder de divulgação do restaurante Wraps - SP)

Bata no liquidificador até virar uma pasta fluida:
100g de ricota fresca
200g de queijo cottage
1/2 maço de hortelã fresca
100g de geléia de damasco
1 colher de sopa de sal
2 colheres de sopa de vinagre de vinho branco

Dica: eu achei que ficou muito salgado. Usarei metade do sal da próxima vez. Também achei que foi hortelã de mais e geléia de damasco de menos. O adocicado quase não apareceu e o gosto predominante mesmo foi o erva. Vou corrigir também. Essa receita rende bastante pasta, umas 2 tigelinhas médias. Sobrou tanto que eu vou fazer um quibe assado para comer com ela. Acho que vai combinar.


BRIGADEIRO DE OVOMALTINE

Veja a receita aqui.

A maior dificuldade dessa receita é distribui-la nos copinhos. São muito pequenos e o doce está quente quando se vai fazer isso. Queimei todos meus dedinhos!
Dica: limpe a borda dos copinhos que sujou com respingos do brigadeiro com o auxílio de um paninho úmido e um palito de dentes, para ficar bem apresentável. Polvilhe com Ovomaltine.


A quantidade deu e sobrou para 7 pessoas. Acho que seria suficiente para umas 10. A meu ver, o ponto alto foi a salada de frango e, como sobremesa, o flan. O bom é que dá para fazer tudo antes (embora eu tenha deixado tudo para a última hora e passado o dia cozinhando). Deixo aqui um agradecimento especial ao marido, que pesou e misturou certinho os ingredientes do dip e do flan, lavou muita louça e me deu o maior apoio. Muitos beijos ao meu companheirão de todas as horas!

Recebendo amigos

O fim-de-semana foi bem agitado aqui em casa. Vou contar em linhas gerais as peripécias e amanhã volto com os detalhes. Afinal, são 2 da madrugada e, embora às vezes me esqueça, amanhã é dia de trabalho!!!
No sábado recebemos um casal amigo para uma degustação de vinhos. O marido ganhou de Natal a Larousse dos Vinhos e se empolgou em estudar o assunto. Começou lendo sobre os Cabernet Sauvignon e, na sexta-feira, deu a idéia de irmos a uma adega comprar um Bordeaux e um Cabernet Sauvignon do Novo Mundo para compararmos. Os indicados pelo vendedor foram o Bordeaux Cordier e um chileno chamado Viu Manent, ambos na faixa dos R$40,00 - R$50,00 (na distribuidora). O cardápio tinha de ser o mais prático possível, pois passaria o dia todo me preparando para o evento que aconteceria aqui em casa no dia seguinte. Compramos apenas pãezinhos e uma tabuinha de queijos, daquelas que já são vendidas montadas no Pão de Açúcar. Embora eu não entenda muito de vinhos, deu para tirar uma conclusão no final da experiência. O francês, uma mistura das uvas Merlot e Cabernet Sauvignon, com predominância das primeiras, não agradou muito. É forte no princípio, mas não deixa sabor na boca ao ser engolido (acho que isso quer dizer que tem pouca persistência). O chileno, pelo contrário, nos pareceu um vinho repleto de sabor, complexo, espesso, mas de sabor aveludado e que persistia ao ser deglutido. A opinião dos 4 degustadores foi unânime: esse foi o melhor vinho da noite. Isso me faz relembrar aquele velho conselho: dentro de uma faixa de preço mais baixa, é melhor preferir um vinho do Novo Mundo a um francês. Um bom vinho francês custa beeeeeem caro e, nesse preço, a maioria costuma ser medíocre. Aí abaixo vai a foto do chileno: tomem nota do rótulo, pois vale mesmo a pena experimentar.


No domingo, já havíamos marcado um lanche para receber a tia Cíntia, a prima do marido que mora em BH e está passando uns dias aqui. Ela nunca havia vindo a nossa casa, de forma que a convidamos para uns petiscos. Pensei em fazer algo prático, apenas com pratos frios, para que eu não ficasse preocupada na hora da recepção. Dando uma pesquisada em alguns livros, montei o cardápio na sexta-feira. Amanhã contarei detalhes e colocarei aqui as melhores receitas. Só para adiantar: começamos a noite com a limonada cremosa da Cris, receita postada há uns 3 dias no seu blog. Ficou deliciosa, todo mundo aprovou. Como quem faz uma receita sempre muda um pouquinho a original, vou escrever aqui as medidas exatas que deram certo na minha versão:



Limonada suíça cremosa da Cris
3 limões (não sei se eram Tahiti)
1 litro e 1/2 de água gelada
200 mg de creme de leite light Nestlé ( 1 caixinha)
1/2 xícara de açúcar

1 forma de cubos de gelo

Lave bem os limões, limpando a casca com água e sabão. Enxágue muito bem. Corte os limões em 4 pedaços. (Não tinha idéia de como tirar a parte branca interna dos limões, por isso os deixei como estavam, bati tudo sem frescura.) Bata no liquidificador com a água gelada. Coe essa mistura e retorne o suco ao liquidificador. Junte o creme de leite, o açúcar e bata de novo. Como o gelo não coube no copo do liquidificador nessa hora, eu dividi o suco em 2 partes e bati cada uma separadamente com metade dos cubos de gelo.

Fica mesmo ótimo, parecendo mais um sorbet fluido de limão, com uma espuminha bem leve no topo. Obrigada pela receita e por responder minhas dúvidas, amiga Cris!
Estou incluindo também aí abaixo uma fotinho da mesa do lanche, ainda em preparação, faltando ainda os pratos principais dos quais falarei amanhã.



Boa semana a todos!

sábado, 6 de janeiro de 2007

Confissão

Queridos amigos que me visitam e prezadas blogueiras culinaristas,
eu estive pensando aqui comigo e decidi fazer uma confissão: apesar de possuir um blog com intenção de falar sobre comidas, de ser metida a besta, ler blogs de culinária todos os dias e até já ter participado de um encontro de culinaristas... EU NÃO SEI COZINHAR!!!!! Buáááááá! É a realidade. A verdade é que já fiz algumas tentativas na cozinha, inventei 2 ou 3 jantares para amigos e muito raramente faço um macarrãozinho aqui em casa para o marido. Mas prática e desenvoltura na cozinha, o que é bom mesmo, eu ainda não adquiri. Mãe e avó são cozinheiras de mão cheia, mas eu... ainda pico meus dedos junto com qualquer cebola que vá fatiar!
Nesse ano, uma de minhas promessas para mim mesma é tentar desenvolver minhas habilidades (ou melhor, falta de habilidades) nessa área. Gostaria mesmo de experimentar um prato diferente a cada dia, mas a escassez do tempo e o cansaço que me sobrevém após a rotina diária acabam não me permitindo esse luxo.
Hoje à noite, ao invés de ficar inventando receitas, eu e marido fomos ao cinema. Na volta, meia-noite, bateu a fome. Procurei algo fácil e rápido para comermos, mas como não havia Miojo na despensa, tive que forçar a memória. Que sorte! Lembrei-me do livro da Tatu e da Cris Lisbôa, que eu comprei no dia de seu lançamento. Na página 51 (boa idéia, hein?), encontrei a receita do simples croque-monsieur. Eu nunca havia comido, nunca me pareceu valer a pena pedir um misto-quente num café parisiense. Mas a receita estava aqui, na minha frente, pedindo para ser feita. Sem falar que eu tinha os ingredientes...
Mudei poucas coisas - usei um pãozinho integral, queijo mussarela light e peito de peru defumado no recheio e um pedaço de Grana Padano ralado para fazer o creme que banha os sanduíches. O resultado foi muito bom, aprovadíssimo. Vale repetição ou lugar no cardápio de uma reuniãozinha de amigos. Coloco as fotos aí abaixo, junto com as do livro e do autógrafo que ganhei da nossa querida provedora de idéias gastronômicas.



quarta-feira, 3 de janeiro de 2007

Gostosuras do Natal

Na minha casa, o tradicional no Natal é a ceia na casa da minha mãe. Meus avós moram em Minas Gerais e tias e primos costumam rumar para lá nessa época do ano. Em geral sobramos aqui em Brasília apenas eu, meus pais e minhas irmãs. Mamãe costumava preparar todos os pratos da ceia sozinha, mas nos últimos três anos, ou seja, desde que me casei, tenho contribuído com alguma coisa. Nem sempre dá certo: no primeiro ano, fiz um lombo na calda de frutas cujo molho derramou todo dentro do carro novinho do meu marido, deixando um cheiro doce impregnado (que depois azedou). No ano passado iniciei a tradição do tender, que era um prato até então pouco usual aqui em casa. Gostei e repeti. Nesse último Natal, preparei-o conforme receita da Chris Campos que saiu na Casa & Jardim (o link eu peguei em algum site - talvez o seu, leitora - mas no momento não estou me lembrando em qual). Não sei se a receita estava errada ou se a interpretei mal, mas lá dizia para cozinhar o tender no suco de abacaxi durante 2 horas. Dúvida número 1: suco de abacaxi com açúcar, tipo Del Vale, ou sem? Como no mercado não havia o primeiro, comprei um suquinho Milani. Dúvida número 2: não ia ao forno para corar??? Achei o resultado meio esquisito. Não ficou adocicado, como eu pensei. E o tender inchou, inchou tanto que até perdeu o brilho. Nem por isso ficou mais suculento. Da próxima vez farei assado mesmo e tentarei achar um método de caramelar a capinha usando um pouco do suco de abacaxi. Agora, a surpresa boa ficou por conta do molhinho de abacaxi com hortelã. É muito fácil, basta picar um abacaxi em cubinhos pequenos, juntar o suco que se forma (inclusive espremendo a casca), o suco de 1 limão espremido e um bom punhado de hortelã bem picadinho. Na receita original acrescentava-se pimenta verde picadinha, mas como eu não tinha, adicionei 3 colheres de sopa de um molhinho de pimenta desses industrializados mesmo. Ficou picante na medida certa. Pena que, com tanta empolgação, esqueci de tirar a foto do molhinho. Segue aí a do tender fosco mesmo.



Outra coisa que eu fiz, e recomendo, é uma tortinha de chocolate clássica, receita do Olivier Anquier. Está no site dele, com um vídeo explicativo mostrando o passo-a-passo. A receita é muito boa e ele dá dicas ótimas. Quem nunca foi lá não sabe o que está perdendo. Para dar uma incrementada, ao invés de usar chocolate meio-amargo, usei uma barra de chocolate Callebaut com aroma de gianduia. Ficou gostoso. Marido disse que tinha sabor de sobremesa européia, pouco doce. Da próxima vez, porém, vou fazer o ganache do recheio usando creme de leite de latinha ao invés de creme de leite fresco, pois a meu ver esse último deixa a sobremesa mais gordurosa, com um gostinho característico do creme fresco, que não me agrada tanto. Infelizmente também me esqueci de tirar uma foto, entretida que estava em comer, comer. Para compensar, coloco aqui uma foto dos pães-de-mel decorados com glacê real que ganhamos de um casal amigo. Eram deliciosos e lindinhos. Ficam de idéia para presentes do próximo Natal. Aproveito para dizer que estou à procura de uma boa receita em que eu possa utilizar o mix de especiarias para pão-de-mel que eu trouxe do Mercadão. Ele é feito com cravo, canela, anis, noz-moscada e outras coisinhas mais que dão aquele aroma tão especial aos bolinhos. Acho que deve ficar interessante misturar esse pozinho mágico a uma massa de bolo comum ou de chocolate... Alguém tem alguma sugestão?





Tirando o atraso

Olá, amigos! Feliz 2007!
Depois de um longo recesso do mundo virtual, estou eu aqui de volta.Para quem não desanimou de me visitar, várias novidades, que irei contando aos poucos...
Muitas coisas aconteceram desde o último post. Em primeiro lugar, a mudança de SP para Brasília, que deu um trabalho danado. Até hoje ainda estou tentando achar lugar para todas as minhas quinquilharias aqui na mini-casa. Depois, os preparativos para o Natal. Como a grana estava curta, a solução foi mesmo fabricar lembrancinhas caseiras. Passei vários dias da semana anterior ao Natal fazendo os mini-bolos decorados aprendidos numa tarde no Atelier Gourmand. Gostei do resultado final, mas achei o trabalho que dá para fazê-los insano. No final dos 15 bolinhos, com açúcar de confeiteiro até a raiz dos cabelos, cheguei a considerar até baratos os R$40,00 reais cobrados por unidade por algumas boleiras de SP. Confiram as fotos dos bolos prontos aí abaixo.





Além disso, preparei também para presentear vários frascos de Água de Passar, cuja receita eu tirei do site Casa da Chris. Há tempos eu tinha vontade de testar essa receita, mas não sabia onde encontrar os frascos e reagentes. Como a Chris deu a dica de lojas que vendem o material em Sampa, fui atrás, comprei, trouxe para Brasília e fiz tudo aqui. O modo de fazer é ridículo, mas tive algumas dúvidas com respeito aos ingredientes. Faltaram algumas especificações no site que poderiam ser úteis: qual o tipo de essência usar (há varios tipos nas lojas), a graduação dos reagentes Renex e Tween (também descobri que há vários:20, 40, 80). Mesmo assim, o produto saiu e, depois de embalado e etiquetado, ficou lindinho. Usei uma ilustração fofa da Majeak Ann para o rótulo (Obrigada, Marjorie, não teria ficado tão bonitinho sem ela!). Ainda não usei a minha Água aqui em casa, mas lá na minha sogra ela foi usada e eu verifiquei o cheirinho nos lençóis em que dormi. Gostei, mas talvez da próxima vez eu coloque um pouco mais de essência para intensificar o aroma. A foto eu posto aí abaixo, mas o perfume vocês vão ter que imaginar: usei Giovanna Baby, Mamãe e Bebê e Acqua Fresca.

Não sei se os presenteados gostaram das lembranças, mas posso garantir que foram recheadas com muito carinho. Adorei fazê-las, pois para mim, uma das melhores coisas do Natal é lembrar das pessoas que amamos e oferecer um pouquinho do nosso tempo e de nossa dedicação a elas.