quarta-feira, 6 de dezembro de 2006

Artes e Literatura



Gente, estou no meu quarto dia de blogueira e já me deparei com uma situação difícil: não sei o que escrever!!!!! Não que eu não tenha nada para dizer (esse ainda não é o caso), cheguei até a fazer uma listinha de assuntos sobre os quais discorrer aqui nesse espaço. O problema é que, dependendo do humor com que acordo, as coisas podem ficar mais fáceis ou difíceis. Hoje não estou nos meus dias mais animados, então peguei a tal listinha e fui procurarar um tema. Resultado: consegui descartar todos os assuntos que tinha achado tão legais um dia antes. Nada me pareceu importante a ponto de merecer ser lido por alguém. Afinal, será que alguém vai se interessar por um post sobre a livraria que visitei ontem ou o creminho para mãos que eu comprei há algum tempo e que achei tão bom? Acredito que esse seja um problema real para quem escreve livros ou para quem é colunista num jornal ou numa revista. Imagine que difícil deve ser escrever uma coluna semanal sempre interessante ( e não adianta ser só para o autor, tem que ter algum apelo universal, senão ninguém compra a revista ou pior que isso, ninguém lê!).
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Pensando nisso, lembrei-me de uma coisa super interessante que eu e o marido fizemos há 2 semanas, quando ele veio me visitar: fomos ao Museu da Língua Portuguesa. Gente, o museu é uma COISA!!!! Se você nunca foi, não perca. Se você mora longe, programe um feriado em Sampa e não deixe de incluir a visita a esse lugar. Não, não tem nada de chato, mesmo que você seja alérgico a museus. Para começar, ele é um museu baseado em efeitos e instalações áudio-visuais. É totalmente interativo. Há vídeos lindos com depoimentos de pessoas de várias partes do Brasil, há poesias sendo declamadas de uma forma que até o mais insensível vai se emocionar. E ainda é didático, dá para entender a mensagem que eles quiseram passar. Mas o ponto alto mesmo, na minha opinião, é a sala da exposição temporária Grande Sertão: Veredas. Parece uma instalação de Bienal, mas muito mais inteligível. O ambiente montado simula um sertão bem árido, com objetos em tons bege-amarelo-avermelhados. Tijolos, gravetos, areia, sacas, madeiras. No teto, muitas páginas do livro penduradas - você pode abaixá-las e lê-las. As frases de maior impacto do livro estão destacadas de várias formas na exposição: escritas nos objetos espalhados, dentro de latas d'água (e você lê através de um espelhinho igual àquele usado por Diadorim na minissérie da Globo), escondidas atrás de monóculos embutidos na parede. Uma frase que já tinha ouvido e que nem sabia que era do Guimarães é aquela: "Não sei de quase nada, mas desconfio de muita coisa". É o máximo, não? **********************************************************************************
Então, fica aí a sugestão. (Êêêêêba, consegui achar uma utilidade para esse mega-post). Eu mesma já me propus a ler o livro no próximo ano. Minha mãe, que se formou em Letras, sempre disse que esse é seu livro preferido, mas eu nunca havia tido coragem de lê-lo. Humm, literatura difícil, tô fora! E não é que agora eu já fiquei apaixonada por ele, morrendo de vontade de conhecer o que tem lá dentro? Fora que eu já vi uma edição comemorativa de 50 anos do livro na Livraria Cultura que é uma graça. Quem sabe eu não ganho de Natal?

Beijos e até amanhã!

4 comentários:

Avassaladora disse...

Ai prima, eu tô no mesmo momento...hehehe... sem ter o quê escrever!!!
Agora, te digo, eu quero saber do creminho e da livraria, tá!!!
Beijos e saudades...

Carol disse...

Também sou doida pra ir no Museu.
Bjs.

Anônimo disse...

Oi, Lu, estou vindo do blog da Karen. Desculpe já chegar assim, forçando intimidade mas me senti tão próxima de você!
Guimarães Rosa é incrível! nos livros dele a gente desfruta da estória e da sabedoria do autor.Sob o linguajar sertanejo peuliar, há pérolas de filofia e até de metafísica.Hoje mesmo eu li a seguinte frase deste autor:
"Quem muito se evita, se convive. Por todo o mal que se faz, um dia se repaga o exato".

Anônimo disse...

Ah, desculpe, meu teclado engoliu algumas letras do meu comentário!